Última Hora: Presidente André Villas-Boa
André Villas-Boas é apenas mais um dos muitos portugueses ligados ao futebol que ficam algures presos entre o passado e o futuro, num presente que muitas vezes não é terra de ninguém.

André Villas-Boas é apenas mais um dos muitos portugueses ligados ao futebol que ficam algures presos entre o passado e o futuro, num presente que muitas vezes não é terra de ninguém.
De acordo com o jornal “A Bola” nesta quinta-feira, presidente do FC Porto, rosto de uma revolução sem precedentes no clube, desde a forma de estar à gestão do dia do dia, pareceu o mais lúcido na análise ao espalhafato criado pelas comadres Pedro Proença e Fernando Gomes, por culpa de um lugar na UEFA, num sempre valioso apelo à união por um bem maior, porém depois foi incapaz de perceber que não pode liderar como antigamente, com castigos a jogadores por derrotas em clássicos ou até lançamento de suspeições sem maior conhecimento de causa. Os castigos até podem fazer correr mais, todavia, não farão correr melhor e, mais importante, jogar melhor. Ter essa consciência é fundamental. E o que dizer do resto?
As dificuldades do FC Porto, com a crise a acentuar-se logo depois das duas goleadas sofridas com o Benfica, não podem ser surpresa para ninguém. Se o são para o líder portista, que até tem um conhecimento mais profundo do que é ser treinador e do real valor dos jogadores, algo está a correr mal. Se não o são, há um problema de comunicação, de controlo das expetativas. Aconteceu com Vítor Bruno, houve maior contenção com Anselmi, porém Villas-Boas não pode assumir antes do clássico que se trata do jogo da época. Saiu-lhe o tiro pela culatra. E ainda pode vir a ser perseguido pela do eventual merecimento de uma Liga Conferência. Bastava aplicar a lógica: num plantel em sangria contínua há anos a distância cresceu. Não há alma e mística que lhes valha.